Ecoturismo

Trilha das Árvores Centenárias: localizada no interior da Floresta Nacional de Pacotuba, no limite da comunidade de Monte Alegre, a Trilha das Árvores Centenárias apresenta uma diversidade de espécies arbóreas nativas cuja existência é estimada em mais de 500 anos.
Ao longo da trilha o visitante poderá observar diversas plantas com propriedades medicinais, animais silvestres (macaco prego, esquilo, jacu e sapo de chifres), alguns deles em risco de extinção como o bugio também conhecido como barbado, guariba ou capelão.
Toda a atividade na trilha é conduzida por componentes do grupo Bicho do Mato.   
Trilha Histórica (Caminho de Mangula): para que o visitante tenha uma melhor interpretação dos assuntos apresentados pelo Condutor, esta trilha prioritariamente é realizada a noite.
Ao longo da Trilha Histórica, também chamada de Caminho de Mangula, o visitante percorre uma estradinha existente dentro da floresta que no passado era rotineiramente freqüentado pelos quilombolas no período noturno.
Durante a trilha o Condutor faz a exposição de diversas lendas e acontecimentos interessantes ligados a aquele espaço. Um deles é referente a um negro (escravo) chamado Mangula. Este negro morava em um ranchinho na borda da mata. “Aos amigos convidava para tomar vinho que sobrenaturalmente ele retirava de um tronco de madeira seca jogada no terreiro de seu rancho”.
Quando se envolvia em alguma confusão, “Mangula saía correndo no escuro e rapidamente se transformava em uma casa de cupim fumegante ou em um mourão de cerca”.   
Toda a atividade na trilha é conduzida por componentes do grupo Bicho do Mato.   
Corredor Ecológico: em parceria com diversas instituições publicas e privadas o Governo Federal brasileiro desenvolveu nos Estados do Espírito Santo e Bahia um projeto para recomposição da Mata Atlântica. O projeto denominado de Projeto Ecológico do Corredor Central da Mata Atlântica é desenvolvido em áreas públicas ou privadas através do plantio de mudas de espécies arbóreas nativas. Em todo o Estado do Espírito Santo o Projeto foi desenvolvido em 10 (dez) diferentes regiões denominadas de Micro Corredor Ecológico.
A Comunidade Quilombola de Monte Alegre está localizada no “coração” de um destes Micros Corredores Ecológicos, denominado Burarama – Pacotuba – Cafundó.     
Prioritariamente o projeto é desenvolvido para unir duas Unidades de Conservação (Reserva Ambiental) e possibilitar o transito de diversas espécies de animais silvestres que por conseqüência dos desmatamentos estavam ”ilhados” em pequenos fragmentos de matas. O Corredor Ecológico também possibilita a visita de grupos para atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa cientifica.

Espécies existentes no local
Aves: os componentes do grupo Bicho Mato estão formando um banco de dados de aves silvestres nativas, migratórias e introduzidas que ocorrem em Monte Alegre e região.
Todas as fotos foram realizadas pelos próprios componentes do Bicho do Mato. Atualmente o acervo é composto por mais 130 espécies, catalogadas em seu próprio habitat natural.
Com o apoio do Projeto Corredores Ecológicos as melhores fotografias serão aproveitadas para a confecção de um guia de aves, exclusivo. 
Aos apreciadores deste tipo de lazer (registro fotográfico de aves) o grupo Bicho do Mato coloca a sua disposição alguns de seus integrantes para acompanhá-los nas campinas, alagados e florestas de Monte Alegre.
Anuros: a presença de algumas espécies de anuros ou até mesmo a ausência delas pode ser o início do indicador de equilíbrio de um ambiente natural. Porém a sua função em um ecossistema excede em muito o papel de indicador de equilíbrio ou desequilíbrio.
O grupo Bicho do Mato está formando um banco de dados através de fotografias de anuros (sapo, rã e perereca) que ocorrem na região.
A princípio o objetivo é simplesmente formar um banco de dados das diversas espécies que ocorrem na região para futuramente, através de pesquisa científica, conhecer o real significado de sua presença.
Aos estudantes de Biologia que estiverem desenvolvendo artigos, pesquisas científicas ou TCC os componentes do grupo Bicho do Mato se colocam a sua disposição para acompanhá-los em atividades de campo propostas para acontecerem em Monte Alegre.
Libélulas: a diversidade da fauna de Monte Alegre é algo exuberante, porém é necessário que aqueles que desejam conhecê-la possuam certa sensibilidade para observar os detalhes de comportamento de seus componentes.
As libélulas são insetos lindos, porém de constante e intensa movimentação. Fotografar com qualidade estes pequenos e inquietos animais tem sido um desafio constante para o grupo Bicho do Mato.
As mais de 15 (quinze) espécies já fotografadas apontam a probabilidade de uma considerável diversidade na região e a principio já indica a boa qualidade do ar, fator básico para a sobrevivência e reprodução destes animais. 
Borboletas: para os horticultores elas são consideradas uma das pragas mais difíceis de serem combatidas, porém para os amantes da natureza elas são o verdadeiro exemplo de algo natural que transmite, ao mesmo tempo, simplicidade e beleza.
Durante os últimos anos os componentes do grupo Bicho do Mato fotografaram mais de 35 espécies de borboletas que ocorrem na região.
Aos interessados em fotografar borboletas na região de Monte Alegre, os componentes do grupo Bicho do Mato se colocam a sua disposição para acompanhá-los, indicando os melhores lugares para encontrar as diferentes espécies. 
Flores silvestres: o clima quente, predominante durante grande parte do ano em Monte Alegre e em seu entorno faz surgir uma diversidade de flora de onde brotam flores lindas com características particulares.
Fotografar flores silvestres além de se um lazer é também uma arte que exige muita atenção e determinação por parte do praticante.
Muitas árvores silvestres não florescem regularmente. Então é necessário ao fotógrafo ter sempre a sua câmera a postos para fazer o registro de uma flor que hoje poderá estar linda e amanhã já haver murchado deixando poucos vestígios de sua existência.
Nos últimos anos os componentes do grupo Bicho do Mato fotografaram mais de 35 espécies de flores silvestres encontradas nas campinas, capoeiras, alagados e nas matas que cercam a comunidade de Monte Alegre.
Aos interessados em fazer este tipo de registro fotográfico de forma amadora ou para trabalhos científicos os componentes do grupo Bicho do Mato se colocam a disposição para acompanhá-los em Monte Alegre ou em seu entorno. 
Fungos: a Flona - Floresta Nacional de Pacotuba, além de ser uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável também é um dos grandes atrativos naturais que a comunidade quilombola de Monte Alegre possui.
O potencial da Flona – Pacotuba para o desenvolvimento do ecoturismo, atividades de educação ambiental e pesquisa científica é algo fantástico quando usufruídos de forma correta.
A coloração (rosa, verde e marrom) das diversas espécies de fungos existentes no interior da Flona – Pacotuba desperta a atenção do visitante para a beleza existente em algo que até pouco tempo tinha o seu valor como insignificante.
As diversas espécies de fungos fotografadas pelos componentes do grupo Bicho do Mato ainda não foram objeto de pesquisa na região. O grupo se dispõe a contribuir com estudantes e pesquisadores que desejarem realizar pesquisas nesta área em Monte Alegre.
Plantas medicinais: dentre as diversas tradições que os negros trouxeram do continente africano o uso de plantas com propriedades medicinais foi um dos destaques que ainda permanecem vivos.
A condição de escravo e de pobreza mesmo depois da abolição fez com que estes africanos, residentes no Brasil, sempre se utilizassem dos recursos naturais que estavam a sua disposição, sem custos, para resolverem os seus males físicos.
Algumas plantas com propriedades medicinais encontradas no Brasil foram denominadas pelos negros com identificações populares que remetiam a sua pátria (Guiné, Nega Mina, Arroz Moçambique). Outras receberam nomes que davam o sentido direto a função de cura: Liga osso, Cura tombo, Quebra pedra.
Em Monte Alegre, muitos quilombolas culturalmente preservam o saber popular herdados de seus ancestrais e ainda fazem uso periódico de plantas com propriedades medicinais as quais são cultivadas em seus quintais e pequenas hortas.
A comunidade Quilombola de Monte Alegre se encontra aberta a parceria com Faculdades e Universidades para realização de estudos e pesquisas com estas espécies de plantas.